Lembro-me da infância
Uma janela…
Na cidade sustos da idade
Seis anos então, 1966.

As grades da janela não eram
Uma prisão, no parapeito,
Mil fantasias a janela trincheira
Imaginária em guerra de Quixote,
Dos moinhos ao vilão, a grade,
Sempre foi a proteção.

Já fui anjo, herói e vilão,
Mas nunca traí a inocência
Da infância, nem esqueci,
O menino jogado em um canto
Qualquer das tantas casas onde
Morei!

Deus devolva minhas azas,
Minha inocência e a humildade
Daquele coração sem dolo
Nem malicia ai… Ai… Ai,
Saudades sem fim, porque é, que o tempo,
Teima em matar aquele menino vivo em mim?

José Ignácio Godoy
Bruxo Godoy