CONFIANÇA

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É bem assim,
Se ficar o bicho come,
Se correr o bicho pega…
O convívio humano é esta gangorra de probabilidades,
Hora tudo vai bem, hora o bolo desanda!

Tenho a confiança por traço de caráter,
Por deficiência ou por pura falta de malícia,
Primeiro eu cofio depois quebro a cara…
Não pré julgar, não fazer juízo precipitado, ai coitado,
Hoje se você baixar a guarda, levam tudo de você até a vida!

A desconfiança virou item básico de sobrevivência,
Na selva de pedras entre os homens civilizados,
Endoutourados de canudos e fino trato…
Se fosse na selva, seria até natural,  pois lá,
A lei é mata e come ou morre de fome!

Sei lá viu! Sigo assim, confiando,
Levo minhas chicotadas e sofro decepções,
Mas tenho uma legião de amigos algozes,
E algozes amigos dos quais não abro mão,
Todos a seu modo tem sido meus mestres na senda da vida!

E lá vamos nós,
Lá vamos todos… Ou confiamos desconfiando,
Ou vivemos as duras lições dos deslocados e sem lastro,
Que ainda hoje preferem a suavidade da inocência,
Ao medo absurdo de tudo e de todos gerado no útero,
Das desconfianças necessárias! Bem eu vou assim! E você?

José Inácio Godoy
Mago Peregrino