O Cronômetro acionado ao contrário
rouba-me a triste ilusão do retorno,
criando em mim a esperança, 
de um zero fatal, um fim de túnel,
um encontro triunfante com o vácuo 
Do não tempo e nem espaço.

Hó ilusão, doce tormento de minhas divagações,
Pobre homem escravo de seu tempo,
medindo inutilmente o espaço,
perdendo-se em sua própria cegueira,
correndo e correndo sempre no
 espaço
contra o tempo sem ver na vida,
A realidade global do que é viver.

Correr para frente é matar o tempo 
sem aproveitá-lo, é viver sem viver, já correr para traz
Tem na vida o mesmo sentido…
Correr para frente ou para traz
nada mais é do que buscar o fim,
Sim, o único troféu, 
posto nos dois extremos da vida,
seu nome é o nada em eterno vir a ser!

José Ignácio Godoy
Mago Peregrino