Todos na pescaria,
Meu pai minha irmã,
Dois irmãos e eu,
Chuva fina, água suja,
Em lugar ermo, completamente,
Isolado era uma curva de rio
O poço profundo, e tinha muito,
Jundiá… Passava da meia noite.
Todos entretidos na pescaria
Então alguém nadava em fortes
Braçadas tipo contra correnteza
O som era claro, nosso pai,
Chamou um por um, todos presentes,
Incluam-se dois cachorros, que com,
O rabo entre as pernas e no dorso,
Os pelos eriçados aconchegaram-se
Sem ao menos latirem, claramente,
Assustados.
O pai chamou o irmão mais velho
E desceu rio abaixo para desvendar
O tal mistério…
Voltou calado e desconversando,
Diante de nossa curiosidade, disse,
Estar tarde e nos levou dali.
Outra feita no mesmo rio
Mais abaixo e á luz do dia
O fato repetiu-se, desta feita,
Éramos só eu e meu pai, e eu,
Agora já crescido, convidei o velho,
E fomos em busca do mistério.
Qual nada…
Trinta e poucos anos depois
A mata e o rio estão lá, e o,
Mistério com eles ficará
E aqui me calo, eu meu pai
E um segredo!
E um segredo!
José Ignácio Godoy
Bruxo Godoy
A MORTE É O MELHOR PONTO DE REFERENCIA ATÉ O CEMITÉRIO