Trafegando por uma autopista,

Notamos um cãozinho,

Magro e sarnento, feio de dar dó,

Tentando atravessar a rodovia, e,

Sabendo qual seria seu fim,

Se realizasse seu intento!


Tentamos resgata-lo,

Mas o imponderável chegou primeiro,

Pois ao notar nossa aproximação

O cachorrinho ainda que cambaleante

Reunindo suas ultimas energias

Tentou a fatal travessia!


Nem um grito

Nem um gemido

Apenas um resto disforme

De carne e ossos sobre o asfalto,

O caminhoneiro nem viu, e se viu,

Nada poderia fazer!
Ficamos alguns minutos

Ali, calados e depois seguimos,

Nosso destino.



Já vi corpos humanos esmagados,

Da mesma forma, e por ser meu,

Trabalho fui obrigado a interagir

Naquelas senas e lá eram vidas humanas,

Aqui, era uma vida animal!


Sim eu sei…

Tudo é Vida, 
Pois se fosse um ser
humano,

No lugar do cãozinho certamente teríamos,

Arriscado nossas vidas, 
Para salva-lo!


E você,
Que deixa um mendigo na rua,

Sem teto comida e afeto,
Com a mão
estendida, mas,

Recolhe um vira latas sarnento

Das ruas…


Quanto vale sua vida?

Quanto vale uma vida humana?

Você se jogaria sob as rodas,

De um caminhão para salvar,

Um mendigo, 
Ou um cachorrinho?


José Ignácio Godoy

Bruxo Godoy

A MORTE É O MELHOR PONTO DE REFERENCIA ATÉ O CEMITÉRIO