Na marcha da luta pela sobrevivência,
Nas escaladas e longas caminhadas,
No futebol nos treinamentos e na profissão,
Muitas idas e vindas, muitas vidas e sonhos,
Em meu corpo acalentei!
Sementes que plantei… Eu,
Forcei meu corpo a limites que nunca imaginei ser capaz,
Passei muito frio em exposições desnecessárias,
Explorei de forma irresponsável o vigor de um físico privilegiado!
Sementes de uma juventude imortal,
Aonde ir, como chegar, quais os riscos?
Não, nada importava apenas a coragem provada, em,
Desafios vencidos… Ego inflado em músculos rijos,
No corpo definido e esculturalmente forte!
Assim, usei a maquina perfeita e forte,
Assim usurpei do corpo energias e vigor,
Nunca houve preocupação com saúde ou riscos,
Nunca parei… Mesmo quando pinos de platina,
Concertaram um joelho e tantos pontos costuraram,
Em mim feridas das lidas da vida…
Nunca parei!
Agora, os dois joelhos não aguentam mais,
Meu corpo carregar! As dores não assustam, mas,
A imobilidade assombra… As sementes de ontem, são,
Hoje a intragável verdade do amargo fruto que hora colho!
A vida é assim… Assim sou eu,
Sou a sombra do jovem que fui outrora,
Carrego cicatrizes e dores,
Mas nem tudo foram flores, no meu jardim encantado.
E graças ao vigor do corpo nas lutas forjado,
Estou aqui depois de ter algumas vezes encarado com assombro,
Lutas de vida e morte! Meu corpo a maquina perfeita, enferrujou,
Pago agora o preço com prazer,
Pois a vida foi feita para viver, e eu, ainda estou vivo!
José Ignácio Godoy,
Bruxo Godoy