Então o medo te faz arrepiar…
Medo da solidão, medo do desconhecido,
Medo da vida, você agora sozinho,
Sem a companheira de muitos anos,
Em muitas guerras e vitórias!
E agora,
Você com uma carrada de perguntas,
Todas engasgadas na garganta…
São duas enormes mãos sufocando até a alma,
E aqui a experiência da maturidade também treme,
Foi bem assim comigo,
Tremi diante do monstro da separação,
E de repente o vazio é assombro e terror,
A dor do incerto enterra os cacos do cristal quebrado!
Há como é doloroso o recomeço,
E não importa quem saiu ou ficou,
O monstro assombra os dois…
Pois agora somos raízes arrancadas…
Somos dois corações sangrando!
Sonhos partidos, e pela frente uma longa estrada,
Para a caminhada chamada reconstrução…
Assim a paz dividida é meio sorriso,
E na realidade somos lágrimas fartas correndo seu rio,
Para um oceano de incertezas…
Recomeçar depois da separação,
É como nadar de braçadas na escuridão,
Do mais tenebroso dos oceanos perdido,
Entre os tubarões da saudade e os mistérios da autoafirmação!
Mas sobrevive-se então,
E após tenebrosa travessia, brilha em fim a alegria,
Tudo na vida ganha novas cores e outros contornos…
E agora basta mergulhar nos mistérios,
De outros amores! Ufa, me separei e sobrevivi!
José Inácio Godoy
Mago Peregrino